A prática educacional de Dojo, também conhecida como Coding Dojo, é um método colaborativo e hands-on de ensino de programação e desenvolvimento de software. Geralmente realizada em grupo, essa abordagem envolve desafios de codificação em que os participantes trabalham juntos para resolver problemas utilizando programação. O foco principal está na aprendizagem prática, na troca de conhecimento entre os participantes e na melhoria contínua das habilidades de programação. Os desafios podem variar em complexidade e escopo, abrangendo desde tarefas simples até projetos mais elaborados. O objetivo é promover o aprendizado ativo, a resolução criativa de problemas e a construção colaborativa de soluções, proporcionando um ambiente propício ao crescimento e à aquisição de competências na área de tecnologia.
Objetivos
O principal objetivo da Aprendizagem Baseada em Serviços é identificar oportunidades para aplicar conhecimentos técnicos em projetos de serviço comunitário e desenvolver habilidades profissionais e sociais através de interações práticas e colaborativas com a comunidade. Além disso, outros objetivos são:
a) promover a consciência social e a responsabilidade cívica entre os estudantes;
b) estabelecer parcerias produtivas entre instituições e organizações comunitárias;
c) aplicar teorias e conceitos aprendidos em sala de aula em cenários reais de trabalho;
d) fomentar o pensamento crítico e a resolução de problemas em contextos sociais e profissionais;
e) incentivar a reflexão sobre as experiências de serviço para integrar aprendizado acadêmico e desenvolvimento pessoal;
f) contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento da comunidade local por meio de serviços especializados;
g) aprimorar a colaboração interdisciplinar entre estudantes de diferentes áreas;
h) avaliar o impacto das atividades de serviço na comunidade e no próprio aprendizado dos estudantes.
Requisitos
Espaço
Ambientes que proporcionem experiências autênticas e relevantes para a área de estudo dos alunos. Locais seguros para estudantes e comunidade, considerando a acessibilidade para todos os envolvidos.
Tempo
Programas de ABS devem ter duração suficiente para permitir um envolvimento significativo e impacto tanto para os estudantes quanto para a comunidade. Pode ser importante permitir horários flexíveis para acomodar as necessidades dos estudantes e dos parceiros comunitários.
Participantes
Alunos motivados e dispostos a aprender através da prática. Organizações ou grupos comunitários que se beneficiem da colaboração e ofereçam oportunidades de aprendizado. Professores, profissionais ou mentores com experiência na área e na mediação de projetos.
Temática
Projetos que estejam alinhados com os objetivos de aprendizagem do curso e que envolvam atividades que atendam às demandas e aos desafios reais da comunidade. Pode abarcar uma variedade de temas que permitam a aplicação de diferentes competências e conhecimentos.
Mediação
Professores ou mentores que guiem, monitorem e ofereçam feedback aos estudantes. Sessões de reflexão para que os alunos analisem e compreendam suas experiências. Processos de avaliação que considerem tanto o aprendizado acadêmico quanto o impacto comunitário.
Materiais de suporte
Materiais educacionais que apoiem o aprendizado teórico e prático. Acesso a equipamentos necessários para a realização dos projetos de serviço. Recursos para facilitar a comunicação entre estudantes, educadores e parceiros comunitários.
Procedimentos
A Aprendizagem Baseada em Serviços (ABS) aplicada em contextos de educação profissional funciona integrando experiências práticas de serviço comunitário ao currículo educacional, visando enriquecer a aprendizagem e fortalecer as comunidades.
Aplicações
A Aprendizagem Baseada em Serviços (ABS) pode ser aplicada em uma variedade de contextos de educação profissional. Aqui estão algumas aplicações possíveis de ABS como prática pedagógica:
desenvolvimento de aplicações de software: estudantes de programação podem desenvolver aplicativos personalizado para organizações sem fins lucrativos ou empresas locais.
manutenção de redes e sistemas de TI: alunos podem prestar serviços de suporte técnico e manutenção de redes e sistemas de computadores para escolas ou pequenas empresas.
design gráfico e multimídia: estudantes de design gráfico podem criar materiais de marketing, logotipos ou vídeos promocionais para organizações locais.
assistência contábil: alunos de contabilidade podem oferecer serviços de consultoria contábil para pequenas empresas ou organizações comunitárias.
cuidados de saúde: estudantes de saúde podem fazer check-ups médicos gratuitos ou oferecer serviços de enfermagem em clínicas comunitárias.
construção e manutenção: alunos de construção civil podem participar de projetos de construção de moradias acessíveis para famílias carentes.
educação infantil e atividades lúdicas: estudantes de pedagogia podem criar e conduzir atividades educacionais para crianças em creches ou escolas locais.
marketing digital: alunos de marketing podem desenvolver estratégias de marketing on-line e gerenciamento de mídia social para pequenas empresas.
assistência social e comunitária: estudantes de assistência social podem trabalhar com organizações que auxiliam pessoas em situação de vulnerabilidade.
gestão de eventos: alunos de gestão de eventos podem planejar e coordenar eventos comunitários, como feiras, festivais ou campanhas de conscientização.
artes e cultura: estudantes de arte podem criar obras de arte públicas, murais ou instalações para embelezar áreas urbanas.
turismo e hospitalidade: alunos de turismo e hospitalidade podem organizar passeios turísticos ou eventos gastronômicos para promover a cultura local.
agricultura sustentável: estudantes de agricultura podem participar de projetos agrícolas sustentáveis em comunidades rurais.
tradução e interpretação: alunos de línguas estrangeiras podem oferecer serviços de tradução ou interpretação para imigrantes ou refugiados.
desenvolvimento de recursos humanos: estudantes de recursos humanos podem auxiliar na seleção e no treinamento de funcionários para organizações locais.
Exemplo
Uma professora de Educação Profissional na área de Tecnologia da Informação e Comunicação deseja usar a Aprendizagem Baseada em Serviços (ABS) com estudantes em sua sala de aula. Ela propõe então que a abordagem esteja vinculada ao Desenvolvimento de Aplicações Web.
Identificação de parceiros comunitários: o professor colabora com organizações sem fins lucrativos locais que desejam criar ou melhorar seus sites para promover suas causas ou serviços.
Planejamento e preparação: os estudantes são apresentados ao projeto e às necessidades específicas da organização parceira. Eles aprendem sobre as tecnologias de desenvolvimento web relevantes em sala de aula, incluindo linguagens de programação, frameworks, design de interface e gerenciamento de bancos de dados.
Execução do serviço: os estudantes trabalham em equipes para desenvolver ou aprimorar os sites das organizações parceiras. Eles aplicam seus conhecimentos de programação, web design e gerenciamento de projetos para criar sites funcionais e atraentes.
Reflexão e avaliação: após a conclusão do projeto, os estudantes participam de sessões de reflexão em sala de aula. Eles discutem os desafios encontrados, as soluções implementadas e como sua experiência prática se relacionou com o conteúdo do curso.
Avaliação e feedback: o professor avalia o desempenho dos estudantes com base na qualidade do trabalho realizado e na capacidade de aplicar conceitos aprendidos. A organização parceira fornece feedback sobre o site desenvolvido, avaliando sua utilidade e eficácia.
Os estudantes ganham experiência prática em desenvolvimento web, construindo seus portfólios e habilidades profissionais. A organização parceira obtém um site funcional e profissional que atende às suas necessidades. Com base no feedback e nas lições aprendidas, o programa de ABS é aprimorado para futuras turmas.
Dicas para formato on-line
A aplicação de Aprendizagem Baseada em Projetos em formato on-line tornou-se mais comum e algumas dicas podem otimizar a sua realização.
Ferramentas: use recursos tecnológicos adequados para comunicação, tais como Zoom, Microsoft Teams ou Google Meet. Todos permitem a criação de salas simultâneas em que diferentes grupos podem trabalhar, além de recursos como compartilhamento de tela, chat e gravação. Para o processo colaborativo, plataformas como Miro e Mural também ajudam na geração de ideias para o processo criativo, bem como na criação de mapas mentais e prototipagem.
Preparação: importante que as ferramentas sejam testadas com antecedência e todos os participantes tenham acesso e sejam capacitados. Forneça uma agenda clara com links, tempos e expectativas para cada sessão, além de tutoriais e vídeos para que possam se preparar previamente.
Processo: encoraje os participantes a escolherem um espaço de trabalho tranquilo. Também é muito importante estabelecer pausas regulares, uma vez que, em geral, em um ambiente virtual, é mais difícil manter o engajamento contínuo por longos períodos. É igualmente produtivo, logo no início, estabelecer regras claras. Por exemplo: como as pessoas devem indicar que querem falar? O que elas devem fazer se precisarem sair rapidamente? Se a pessoa tiver problemas de conexão, como proceder? Entre outras questões particulares do ambiente virtual.
Facilitação: em ambientes virtuais, o papel do facilitador é ainda mais crucial. É importante que seja engajado e capaz de manter a energia. Usar recursos como enquetes, quizes ou outras atividades interativas pode ajudar a sentir o clima de engajamento. Em processos virtuais, haver uma ou mais pessoas que possam apoiar a pessoa facilitadora pode ser bastante produtivo e trazer maior segurança. O formato virtual pode trazer surpresas como problemas técnicos, e as pessoas facilitadoras devem estar prontas para se adaptar, flexibilizar, oferecer soluções e alternativas.
Acompanhamento: forneça aos participantes a oportunidade de feedback sobre como o processo está ocorrendo. Fazer check-ins rápidos no início e no final de cada dia pode trazer ótimos resultados para ajustes conforme necessário.
Referências
Metodologias inov-ativas
por Andrea Filatro e Carolina Costa Cavalcanti
Metodologias ativas e personalizadas de aprendizagem
por Angelo Luiz Cortelazzo, Diane Andreia de Souza Fiala e outros
Service learning
por IDEAR PUC-RS
https://idear.pucrs.br/livro-service-learning
Aprendizagem em serviço: um manual para o ensino superior
Por Katharina Resch e Mariella Knapp
https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf